Quando eu cheguei
frei Brás
Quando eu cheguei, a cidade acordou
A praça virou jardim com flores apaixonada
Quando eu cheguei,o sol sorriu cantando:bom dia!
E quando anoiteceu a chuva mansa chegou segredando:adormece!
Quando eu cheguei,a estrada se abriu indicando o Caminho
O guarda parou o trânsito e o transeunte de passagem também dançou.
Quando eu cheguei,a criança sorriu,a velha senhora chorou
e disse ao meu ouvido: "lembras meu filho",
beijou-me materna minimizando a saudade de quem partiu antes de mim.
Quando eu cheguei, a Igreja e a praça se enfeitaram de aplausos
e outros brilhos:uníssono de amor,coro de esmerada espera!
A palmeira se curvou
As pedras se aveludaram para eu passar
E do alto da torre a trombeta anunciou: alegria!
A lagoa, mesmo bela,escondeu-se de vergonha,
e convidou a brisa do mar distante para perfumar a passagem do homem de Deus.
O mar dançou,a bandeira do alto do mirante tremulou.
O vento,qual nome do Espirito Santo,saudou-me: " Vem"!
O distante se fez próximo e o próximo confirmou em afagos de amor:
Chegou mais um irmão!
Quando eu cheguei,os aplausos gritaram em sinfonia:sim!
Me curvei,comovido e trêmulo,agradecido.
Quando eu cheguei,o livro da lição eu abi
e o Mestre ensinou-me imperativo: " vá ser outra vez aprendiz!".
Quando eu cheguei foi que descobri que o Senhor havia chegado antes de mim!
( Araruama,23 de abril de 2004-Dia do Livro e dos direitos do Autor)
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